turismo

VÍDEO: como são feitos os barris para fabricação de bebidas na Serra gaúcha

Dandara Flores Aranguiz

Foto: Divulgação (Tatiana Cavagnolli)
Na Casa Olga Bistrô, harmonização de Faccin Vinhos

Monte Belo do Sul é uma pequena cidade da Serra Gaúcha de aproximadamente 2,5 mil habitantes, situada a 618 metros acima do nível do mar, localizada entre Bento Gonçalves e Cotiporã. Colonizada por imigrantes italianos, tem por como características geográficas cenários exuberantes entre morros e colinas, o que torna a vitivinicultura o seu principal atrativo turístico e principal fonte de renda dos moradores. O município é considerado o maior produtor de uvas per capita da América Latina, com 2, 2 mil hectares de parreirais e o maior produtor de uvas brancas do Estado, cultivadas principalmente para a elaboração de espumantes.

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É de lá que são confeccionados muitos barris que ainda são utilizados para o repouso de grandes vinhos da própria região. A Tanoaria Mesacaza, atua há mais de 35 anos na fabricação de barris, tonéis, tinas, baldes, ofurôs e outros produto sob medida em madeira. A empresa é especializada em fabricação de produtos para vinho, cachaça, cerveja, vinagre, entre outros produtos. E, mesmo estando localizada em uma região tipicamente vinícola, cerca de 80% do trabalho que é feito na Mesacaza é destinado à cachaça, já que a maioria das vinícolas não utiliza mais as pipas em madeira na fermentação do vinho, que foram substituídas por tanques de inox.

- Meu pai foi o mais resistente. Muitas tanoarias da região fecharam ou trocaram de atividade quando vieram os tanques em inox. Tivemos sucesso e o mercado da cachaça expandiu muito nosso negócio. O carvalho do barril de vinho é selecionado de árvores com mais de 150 ou 200 anos. Depois, as árvores são derrubadas e rasgadas pelo veio da madeira, fica secando no tempo por dois anos. Só depois é que se começa a fazer a montagem do barril, por isso que ele se torna expressivo no valor - explica Mauro Mesacaza, que faz parte da terceira geração de tanoeiros que ainda mantêm vivo o ofício ancestral.

Foto: Divulgação (Tatiana Cavagnolli)
Tanoaria Mesacaza, única da região da Serra Gaúcha no ramo de fabricação de barris de envelhecimento

Cada barril de carvalho de 325 litros custa, em média, R$ 5 mil, e dura cerca de 10 anos no máximo. Depois, eles costumam ser destinados para armazenamento de licores, cervejas, cachaças e whisky. Atualmente, a Mesacaza produz cerca de 30 barris novos por semana, e cerca de mil barris (entre novos e reformados) saem dali por ano.

O processo já não é mais artesanal e rústica como antigamente, mas a parte da montagem dos barris ainda é feita manualmente. Em 2015, a Mesacaza começou a exportar barris para a França, e hoje já envia produtos para a Escócia, Irlanda e Estados Unidos.


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TRADIÇÃO E MEMÓRIA 
Para além dos vinhedos, Monte Belo preserva uma vida simples de interior, com restaurantes de comida típica regional, que preservam a identidade local. Há dois anos, as irmãs Marta e Morgana Perin decidiram unir a paixão pela gastronomia e a tradição de família. Juntas, elas reformaram a casa da avó materna, que estava fechada há alguns anos, e abriram a Casa Olga Bistrô, um restaurante que transborda história e carinho pelas gerações passadas.   

- A gente passou a infância inteira aqui e era muito triste ver a casa fechada. Tudo o que tem aqui é original da casa. Temos buscado resgatar as receitas de família através das nossas tias e procuramos fazer a comida sem nada artificial. Cada pedacinho aqui tem uma memória afetiva e nossa ideia é colocar esse afeto no prato - comenta Marta.

Foto: Divulgação (Tatiana Cavagnolli)
A casa Olga Bistrô funciona na antiga residência dos avós maternos da família. Todos os utensílios e decoração da época foram preservados. À mesa, a louça original, da vó Olga

A maior parte do que é servido pelas irmãs é uma releitura de receitas da nona paterna, que costumava comandar a cozinha das festas na comunidade. As massas servidas são artesanais e o menu é sazonal, com o que há à disposição em cada estação do ano.

A oito quilômetros do centro de Monte Belo do Sul ficam os vinhedos da família Faccin, única na Serra Gaúcha que produz vinhos, espumantes e sucos através da vinificação natural, com viticultura sustentável, sem adição de químicos ou conservantes, com o mínimo de intervenção possível. A vinícola familiar já está na quarta geração e tem uma produção limitada, com cerca de sete a oito mil garrafas por ano.

O espumante tinto de pinot noir 100% é um dos destaques da vinícola, que mantém o método ancestral. Diferente e natural, ele passa pelo processo de fermentação natural por dois dias, é envazado 16 dias após a colheita e fica 12 meses engarrafado até ir para o cavalete, onde fica de 40 a 60 dias.

- Na nossa viticultura sustentável, entramos com o cultivo convencional até a metade do ciclo da parreira e não aplicamos herbicidas, inseticidas ou produtos sistêmicos, só em último caso. Na metade do ciclo aplicamos orgânicos - ressalta Bruno Faccin. 

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PARA TURISTAR
VINÍCOLA FACCIN

  • Aberta à visitação por agendamento
  • Endereço - Comunidade Linha Armênio Baixa, Monte Belo do Sul
  • Contato - (54) 99614-6331

CASA OLGA BISTRÔ

  • Funcionamento - Aos sábados e domingos, do meio-dia às 15h. Nos demais dias de semana abre para grupos de pelo menos oito pessoas, mediante agendamento prévio
  • Endereço - Rua Salvador, 305, ao lado da Brigada Militar, Monte Belo do Sul
  • Contato - (54) 98132-6519 e (54) 99977-4585

TANOARIA MESACAZA

  • Funcionamento - De segunda a sexta-feira, das 7h30min às 11h45min, e das 13h15min às 17h30min. Recebe visitantes mediante agendamento prévio aos sábados e feriados
  • Endereço - Rua Dom Luís Colussi, s/n, próximo à Câmara de Vereadores, Centro de Monde Belo do Sul
  • Contato - (54) 3457-1001 e (54) 99959-1709

ENOTURISMO NA SERRA GAÚCHA

  • A convite do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), O Diário de Santa Maria visitou o principal polo enoturístico do país, a Serra Gaúcha. A programação contou com visitações às vinícolas e empreendimentos ligados às atividades enoturísticas e enogastronômicas em comemoração ao Dia do Vinho Brasileiro, celebrado em 2 de junho. Essa é a terceira de uma série de cinco reportagens sobre os lugares visitados entre os dias 29 de maio e 1º de junho. As matérias serão publicadas às sextas-feiras.

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